Luto de mãe: por que é tão difícil de superar?

O luto de mãe é uma das dores mais difíceis a serem suportadas, independentemente da idade ou fase na qual o filho está. Afinal, trata-se do rompimento de um elo básico, do primeiro núcleo da qual o indivíduo faz parte.

Dessa maneira, separamos aqui tudo o que você precisa saber sobre o tema, para entender melhor alguns dos motivos que levam essa situação a ser tão complicada, como descobrir meios de lidar com os sentimentos e emoções que vão surgir, mas também para evitar que esse sofrimento se torne algo ainda mais problemático.

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Mães e filhos: um dos primeiros relacionamentos da vida humana

A princípio, é essencial considerar que a relação entre mães e filhos é uma das bases do núcleo de existência, ou seja, aquele primeiro elo de contato com o mundo exterior.

Em resumo, é a mãe quem carrega o bebê por longos nove meses, oferecendo através do próprio corpo tudo o que ele precisa para sobreviver.

Mas, ao mesmo tempo, precisamos entender que, nem sempre, essa gestação é planejada, esperada ou querida. E que existem sim fatores a serem considerados.

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Porém, no post de hoje, vamos pensar em filhos e mães que possuem convívio e uma relação, estabelecida desde o processo gestacional, perdurando no nascimento e crescimento da criança. 

Neste cenário, mesmo quando a relação não é aquela de amor completamente puro, algo que também é superestimado pela sociedade, é a mãe quem estabelece o contato da criança com o mundo externo. Isso através da amamentação, higiene e primeiros ensinamentos.

Como resultado, é natural que a criança se espelhe nos pais, que formam o principal núcleo familiar, na hora de tomarem decisões, realizarem as primeiras conquistas, como usar o penico sozinhos, e os veja como um suporte, um lugar seguro.

A partir do crescimento, a figura materna ganha novos significados, mas ainda abrange diferentes questões emocionais e comportamentais valiosas, garantindo o desenvolvimento psicológico, biológico e social.

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Não à toa, alguns especialistas apontam que é esse contato com a mãe que pode garantir que o filho:

  • Torne-se um adulto responsável e cuidadoso;
  • Tem papel no aprendizado e no comportamento social em geral;
  • Evitam situações de risco e avaliam melhor suas escolhas e consequências, etc.

Mas atenção, isso não significa perfeição (algo que não existe). Discussões, brigas e divergências são naturais, já que cada indivíduo é único. Algo que fica mais evidente para os filhos com a chegada da puberdade.

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Muitas vezes, outras que não a mãe biológica ocupa esta posição, como avós, tias, pais e até irmãos. Nesses casos, a relação estabelecida funciona da mesma maneira.

Entretanto, pode haver situações em que, mesmo com alguém neste “local”, a criança queira conhecer a mãe biológica, principalmente para ter um domínio maior da própria história.

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Luto de mãe: por que é tão difícil?

A realidade é que o luto nunca é uma situação fácil, mesmo quando a pessoa perdida é alguém distante ou até um indivíduo com o qual você tinha pouco contato.

Dessa forma, toda perda envolve uma série de pensamentos e questionamentos que trazem vulnerabilidades e novas percepções à tona.

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Se você faz parte de uma família onde ocorreram poucas perdas até aquele instante, algo comum em famílias onde todos os mais próximos ainda estão vivos, a morte causa aquele impacto de que é algo inevitável e imutável, totalmente fora do nosso controle.

Ao mesmo tempo, traz a percepção de que aquilo, mesmo sendo natural, vai ocorrer com outras pessoas queridas e até consigo mesmo, alterando aquela percepção de imortalidade, que muitas vezes nem é notada no dia-a-dia.

Portanto, ao trazermos isso para o contexto materno, o luto de mae é ainda mais forte, evidenciando que, mesmo aquela pessoa que deu à luz a você, cuidou, garantiu sua segurança, alimentação e crescimento, ainda era um ser humano.

E, como ser humano, uma das questões inalteráveis e irremediáveis, é a morte.

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Muitas vezes, não percebemos isso de maneira consciente, sendo algo completamente implícito, natural e efetivo.

Afinal, quando você nasceu, aquela mulher já era adulta, estava presente na sua vida e era uma das pessoas mais importantes de toda a sua existência. Ou seja, como imaginar que, um dia, o mundo continuaria “girando” sem ela?

Neste ponto que novas questões surgem, como:

  • Mas ela sempre esteve aqui;
  • Como será a vida depois dela;
  • Será que um dia vamos nos reencontrar, etc.

Sendo assim, o luto pela perda traz tantos questionamentos que nunca foram sequer formalizados pelo cérebro, porque aquela situação nunca havia sido prevista antes, nesse momento é difícil processar, já que tudo parece pesado, a saudade é eterna. Ou, se foi, há sempre aquela expectativa de que será mais tarde, em outro ano.

Agora X Depois: a espera e o medo do futuro

Se você parar para pensar, por um minuto, no que é o futuro, é natural pensar em possibilidades e conquistas.

Isso acontece porque pensamos sempre que o melhor está por vir, com essa perspectiva de usar o presente ao máximo, a nosso favor. Assim, mais tarde, podemos colher todos os frutos do que fora plantada.

E isso realmente é possível, é algo real.

Mas não consideramos que o futuro também é capaz de mudar a maneira como vivemos de forma drástica, que coisas e pessoas não farão parte dessa nova realidade e que será preciso se adaptar a isso, mais uma vez.

E, para facilitar essa compreensão, existe a Teoria dos Setênios.

Conforme Rudolf Steiner, um educador e filósofo húngaro extremamente importante na história, desenvolveu a teoria de que o ser humano muda quase que completamente a cada sete anos.

Nesta teoria, tudo funciona em ciclo. Inclusive, a natureza também muda e foi observando ela que chegou a tal conclusão.

Basicamente, a teoria diz que os ciclos funcionam de sete em sete anos, cada qual com desafios, objetivos, inseguranças, medos e um organismo. Além disso, cada um dos ciclos possui marcos distintos, acompanhados do desenvolvimento humano.

Mas por que pensar nessa teoria?

Bom, imagine você agora, neste exato momento. Agora, avalie como você espera estar daqui a sete anos e como estava sete anos atrás.

Sete anos atrás, você imaginava que estaria exatamente onde está, ou esperava outra coisa?

Caso faça parte das pessoas com, mais ou menos, 20-25 anos, é provável que os seus sonhos passados fossem outros, marcados pelos desejos infantis e adolescentes, que ainda estavam formando a pessoa que você se tornaria. Isso é normal.

A questão é que esse antes e depois envolve muitas coisas, mas raramente envolve as pessoas que estarão presentes no próximo ciclo.

Isso acontece porque sequer pensamos na possibilidade de perder alguém, principalmente a mãe. Basicamente, é como se, a cada ciclo, houvesse a certeza absoluta de que ela continuaria presente.

Justamente por isso, quando algo acontece e essa certeza é “quebrada”, o processo do luto não causa apenas dor, mas raiva e indignação.

Aliás, se você não conhece ainda as fases do luto, vale a pena conferir esse post aqui para entender mais sobre isso.

Pensar sobre isso é questionar o quanto realmente podemos controlar o que acontece e como ficamos frustrados quando as coisas não saem conforme o planejado.

Dessa forma, o luto de mãe é uma dor profunda, angustiante, que traz incertezas sobre a vida e o futuro, que desperta emoções instintivas, como se o mundo deixasse de fazer sentido ou mesmo de ser bom.

Quanto tempo dura o luto de mãe?

O luto, de forma geral, tem uma duração média de três meses, com sentimentos mais intensos, que vão sendo amenizados com o tempo. Nesta perspectiva, ao completar um ano da perda, o ser humano já racionalizou o acontecido e tem sua vida estável novamente.

Porém, nada é uma certeza e cada um enfrenta tudo isso de uma forma, no seu próprio tempo.

Em alguns casos, mesmo passados dois ou três anos, as sensações são quase como o primeiro dia após a morte.

Segundo profissionais especializados, o primeiro ano também é o pior. Já que é nesta fase que você aprenderá a viver sem essa pessoa, com os dias passando.

Ao mesmo tempo, existem dias que podem ser piores que outros, como datas especiais (aniversários, natal), locais (como casa onde ela morava), etc.

Como lidar melhor com esse processo?

Se você está passando por um luto de mãe, é essencial entender que este momento é único, que a sua relação e a importância dela na sua vida era algo inestimável e que apenas você pode falar como era.

A partir disso, existem algumas maneiras de tornar todo esse processo mais funcional e possível, mesmo que continue doloroso.

Cada dor é única: respeite você e os demais

Uma das realidades da vida humana é que as comparações são extremamente prejudiciais para o bem-estar físico e mental/emocional.

Afinal, a maneira como você sente e lida com aquela situação é totalmente diferente dos demais, mesmo que tenham aspectos parecidos.

Justamente por isso, o luto de mãe pode ser complicado quando se tem irmãos, já que cada um vai responder àquilo de uma maneira, algo que você e eles vão precisar aprender.

Talvez, você passe anos sem conseguir fazer algo que sempre fazia com ela, com outra pessoa, mas um irmão volte a rotina alguns dias depois, porque essa é a maneira dele de lidar com isso.

Então, não espere que as outras pessoas façam o mesmo que você e, caso elas tentem impor a maneira como o seu luto deve ser, ignore e respeite a si mesmo.

Não é incomum ouvir pessoas dizendo que você precisa seguir a sua vida, que ela não iria querer você sofrendo ou mesmo que é “hora” de se recuperar. Aguarde o seu tempo de recuperação.

Luto de mãe: a dor continua, mas de forma diferente

Se você é uma pessoa que não costuma chorar muito, principalmente na frente dos outros, é possível que acreditem que você não está sofrendo. Uma questão totalmente deles, não sua.

Além disso, com a percepção da perda, cada pessoa passa a ver a vida e considerar as coisas de formas distintas. Logo, mesmo que doa, cada um lida com aquilo de uma forma, faz coisas diferentes e começa a se acostumar.

Neste cenário, esse processo de adaptação não quer dizer que toda a dor passou, mas que você foi capaz de entender, lidar com o luto e focar nas coisas boas que a sua mãe proporcionou.

Por isso, não se culpe pelo processo de se recuperar e de voltar a sorrir e fazer as coisas que gosta.

Fique atento aos sinais e não hesite em buscar ajuda

O luto de mãe é uma dor capaz de desestabilizar o indivíduo.

Muitos param de trabalhar por dias, não conseguem voltar a rotina e passam a exibir diversos sintomas depressivos por períodos prolongados e de forma severa. Ou seja, não se trata de uma tristeza profunda, mas passageira.

Quando isso acontece, é essencial procurar ajuda profissional. Não apenas para entender o seu quadro, mas para saber o que ser feito.

Aqui na Fepo, você encontra os melhores profissionais em atendimento online, para que você tenha todo o suporte que precisa onde estiver. Agende a sua consulta e cuide-se!

Uma dica é ficar em um ambiente mais saudável neste momento, conversando com pessoas que o respeitam e o entendem, evitando locais que podem prejudicar ainda mais suas emoções.

Em alguns casos, pode ser necessário se afastar temporariamente de alguns membros da família, quando há uma pressão para seguir determinado padrão de comportamento.

Reflita sobre tudo o que sua mãe ensinou e o que viveu com ela

Em um momento de luto de mãe, refletir sobre o que aquela mulher lhe ensinou ao longo da vida, sobre os momentos que tiveram juntos e até sobre momentos que remetem a ela é uma forma de homenagem.

Ao mesmo tempo, esse processo altera a percepção cerebral.

Dessa forma, a tristeza da perda da lugar a uma memória boa, a coisas positivas, a lembranças importantes e até em felicidade. E está tudo bem sorrir ao se lembrar dela, mesmo quando a perda ainda é recente. Nesses momentos vêm pensamentos como “o céu ganhou um presente”, “descanse em paz, mãe”, “te amarei para sempre”, “ela é um exemplo de vida”, “só gostaria de agradecer a deus”.

Sendo assim, veja maneiras de sentir-se bem ao lembrar dela, seguindo com a sua vida o máximo que puder, permitindo-se ficar triste e pensando em meios de conseguir continuar.

Por fim, o luto de mãe é algo natural, mas que pode desencadear outros problemas. Então, procure toda a ajuda que precisar para passar por este momento e considere suas características pessoais em todo o processo.

Enfim, se quiser saber mais sobre a importância do cuidado mental e demais assuntos, confira nosso blog e se dê o tempo necessário para a sua recuperação.

Luto: mae de um amigo. O que fazer?

A maioria das pessoas já ficaram de luto pelo falecimento de entes queridos, a perda causa uma dor muito grande no indivíduo, ainda mais quando se trata da própria mãe. Por mais tristeza que essa situação cause na nossa vida, é algo que irá acontecer.

Todo ser humano tem mãe e a perda dela irá causar luto na vida de quem está passando por isso. Assim é importante ter empatia caso alguma pessoa conhecida esteja passando por isso. O luto de mãe é uma dor muito grande que afeta a qualidade de vida e o desenvolvimento humano pelo sentimentos que essa pessoa tão importante gerava no filho.

Procure trazer conforto e apoio e buscar reunir os familiares para que possam dar afeto. Essa é uma das formas que ajuda a diminuir as dores e raiva que essa experiência forma. É importante ressaltar, que em alguns casos é recomendado que seja procurado um psicólogo para que com sua experiência e técnicas de lidar com a morte possa tratar a dor da perda, através da psicoterapia.

Assim esteja próximo de um ente ou alguém especial que teve a perda da mãe, porque esse luto se não tiver apoio causará dor e tristeza e datas comemorativas que antes eram comemoradas com ela, não será mais possível por causa da perda.

Felipe Laccelva

Felipe Laccelva

Psicólogo formado há mais de dez anos, fundador e CEO da Fepo. Fascinado pela Abordagem Centrada na Pessoa, que tem a empatia como eixo central para transformar o ser humano. Sempre buscou levar a psicologia para mais pessoas e dessa forma criar um mundo mais saudável e acolhedor.

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