O que eu preciso para ser psicólogo?

O psicólogo é um profissional que estuda as manifestações psíquicas e comportamentais do ser humano, dessa forma, as relações do corpo e da mente passam por análise de maneira simultânea, já que um está, completamente, associado ao outro. Além disso, esta profissional capacita os profissionais a estudar distúrbios psicológicos para conseguirem identificar, prevenir e tratar de forma eficaz e satisfatória todos os seus pacientes. 

Entretanto, ainda há muita dúvida sobre o curso de Psicologia e como os profissionais formados atuam. Primeiramente, as consultas ocorrem a partir de observação, contato direto com os pacientes, análise de emoções, ideias, valores, identificação de padrões comportamentais, dentre outras avaliações. E, para a atuação no mercado de trabalho é preciso finalizar o curso superior de Psicologia e estar registrado no Conselho Regional de Psicologia (CRP).

A graduação do curso de Psicologia tem duração de 5 anos, sendo este período a média geral, podendo variar de acordo com cada estudante e suas particularidades. Ademais, para conseguir o diploma, os alunos precisam cumprir a carga horária correspondente ao estágio para conseguir, enfim, finalizar o curso. Entretanto, ser psicólogo engloba muitas coisas além do diploma e o estágio, por isso, no presente artigo, falaremos com mais profundidade sobre tudo que envolve a vida de um profissional de Psicologia.

Sobre o curso de Psicologia

Como mencionado, o curso de Psicologia possui, em média, 5 anos de duração e o vestibulando pode optar em fazer a licenciatura ou bacharelado. Logo nos 2 primeiros anos de faculdade, os professores focam em aplicar muita teoria e ensinar aos alunos todos os conceitos relacionados com a área em questão. Dentre as matérias do curso, estão: 

  • Anatomia;
  • Fisiologia;
  • Sociologia;
  • Neurofisiologia;
  • Psicofarmacologia;
  • Antropologia;
  • Teorias, procedimentos, métodos e práticas de intervenção;
  • Diagnóstico e avaliação;
  • Psicologia clínica, jurídica, educacional, social, do esporte, hospitalar, organizacional e do trabalho;
  • Ética;
  • Bioética;
  • Neuropsicologia;
  • Psicopedagogia;
  • Psicomotricidade;
  • Dentre outras. 

Além disso, normalmente, o futuro psicólogo faz estágios em diferentes áreas da Psicologia para que tenha prática em todos os seus segmentos e consiga identificar quais deles possui mais interesse em trabalhar e seguir carreira após a apresentação do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

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O aluno e futuro profissional de Psicologia, ao longo do curso, percorre um caminho evidente de evolução pessoal, principalmente, pelo fato de que o seu perfil, imagem e índole possuem um peso muito grande diante dos pacientes que aparecerão no futuro. Por isso, o perfil dos estudantes passa por uma espécie de molde com habilidades necessárias a fim de atender as necessidades específicas da profissão. 

Qualidades como mente aberta, empatia, ter boa comunicação, capacidade analítica e saber escutar são muito valiosas para o perfil de um bom psicólogo. Isso porque o profissional precisa lidar com diferentes pessoas e elas possuem todos os tipos de problemas e revelam questões pessoais que não contam a ninguém, porém confiam em seu terapeuta para ser transparente e livre de segredos. 

Consequentemente, o psicólogo precisa se colocar em um papel livre de julgamentos e assumir uma postura neutra frente às revelações e problemáticas que cada paciente lhe coloca. Além disso, o senso apurado de observação e atenção mínima aos detalhes são pilares de extrema importância, especialmente, para analisar gestos e comportamentos até mesmo corporais ao longo das falas e constatações. 

Para tanto, um olhar abrangente e a aptidão de interpretar a situação por diferentes perspectivas é imprescindível ao profissional. Isto porque será preciso visualizar a situação de uma maneira ampla e minuciosa, enxergando todas as suas possíveis problemáticas e fatores que podem estar envolvidos. Ainda que muitos possam achar que este processo é complexo, logo no início da faculdade, os estudantes já aprendem que não há verdades absolutas e únicas. 

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Com isso, compreendem que cada pessoa enxerga o mundo por meio de suas próprias vivências, experiências, aprendizados e muitos outros fatores individuais e completamente pessoais, incluindo o ambiente social em que vivem e também as figuras familiares aos quais estão atreladas desde sua infância. Dessa forma, o futuro psicólogo consegue atribuir valor a cada ser como único e analisá-lo sob esta ótica desconstruída de que nada está pronto e acabado. 

Posto isto, uma das chaves principais para conseguir enxergar a vida do outro por diferentes perspectivas, sem julgamentos, com empatia, cuidado e muito profissionalismo é, sem dúvida alguma, a flexibilidade. Ser flexível é essencial para o perfil do psicólogo e esse traço constitui um dos pilares mais fundamentais da carreira de um bom profissional que terá pacientes satisfeitos e felizes com a realização de seu trabalho. 

Além disso, ser maleável com cada pessoa é primordial para que a análise seja feita de forma totalmente individualizada e sem seguir termos prontos e invariáveis, considerando que as pessoas não precisam de receitas prontas de como seguir suas vidas e sim de alguém para escutá-las e ajudá-las de forma particular, respeitando a sua individualidade, vivência e percurso até aquele momento. 

A inteligência emocional não pode deixar de ser mencionada, pois é indispensável para um estudante e profissional do curso de Psicologia. Essa característica é necessária para que o profissional saiba o que é a carga emocional de seus pacientes e quais são os seus próprios sentimentos e emoções, especialmente, porque trata-se de uma profissão que foca em conflitos humanos. 

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Além de todas as características e habilidades mencionadas que fazem parte do perfil de um bom psicólogo, a sua maneira de atuação também é adaptada de acordo com conhecimentos específicos. Afinal, a bagagem teórica do curso é bastante extensa e, cada profissional pode optar por diferentes linhas de raciocínio e aplicá-las em seu cotidiano. 

Em conclusão, algumas das principais características que fazem parte de todo e bom profissional da área da Psicologia se resumem em: 

  • Ser sigiloso profissionalmente; 
  • Respeitar os limites da atuação; 
  • Demonstrar habilidade de raciocínio abstrato; 
  • Ser capaz de manter a imparcialidade em diferentes situações; 
  • Ouvir de forma ativa; 
  • Mostrar capacidade em contornar as situações ainda que sejam muito adversas; 
  • Ser empático; 
  • Respeitar a trajetória, valores, crenças e ideais dos pacientes. 

Segundo o Ministério do Trabalho, além das características mencionadas, o bom profissional pode apresentar muitas outras qualidades que o fará se destacar no mercado de trabalho da Psicologia. Outrossim, é importante salientar que os estudos e evolução do psicólogo devem ser constantes, sendo ideal que ele também faça sessões de terapia com outros profissionais.

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Cotidiano de um psicólogo 

Como diferentes áreas de atuação, o cotidiano do psicólogo depende muito do local em que ele atua. É comum que no início da carreira, até que seja possível criar uma base de pacientes frequentes, a rotina pode ser mais administrativa. Em outras palavras, o profissional pode fechar parcerias com convênios de saúde e algumas empresas que necessitam do auxílio de um profissional da Psicologia, além de poder trabalhar na administração de um consultório de maneira ampla. 

Agora, se o profissional trabalhar em uma empresa, por exemplo, uma instituição educacional, o dia a dia será bem mais padronizado do que em outras áreas, já que as atividades irão se repetir na maioria dos casos. Na psicologia jurídica, o psicólogo tem bastante trabalho fora do escritório, então aqueles que não querem ficar presos somente a um local, esta é uma boa opção. 

Principalmente, porque na área jurídica são feitas visitas às famílias, participação em audiências, relatórios e perícias. Em diferentes áreas de atuação como em departamento de RH ou psicologia de trânsito, o profissional pode fazer a aplicação de testes e promover a análise de resultados. Vale salientar que estes são somente alguns exemplos da atuação do profissional de Psicologia. 

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Existem muitas outras possibilidades, pois esta é uma área muito abrangente e que emprega o profissional em diferentes setores de responsabilidade. Além disso, existem aqueles estudantes que já sabem o que querem, pois querem empreender e criar a sua própria rotina de trabalho desvinculada a qualquer instituição e nada o impede de seguir por este caminho. 

Mercado de trabalho da área de Psicologia 

O mercado de trabalho da Psicologia no Brasil pode ser visto como um fenômeno de parâmetro para a economia no país. Isto pelo fato de que, quando as pessoas ficam desamparadas financeiramente e precisam cortar alguns gastos, as consultas com o terapeuta, geralmente, é um dos primeiros gastos que são cortados. 

Infelizmente, a população ainda não enxerga o devido valor da saúde mental e enfrenta as sessões com o psicólogo como um luxo supérfluo que pode ser descartado de primeira quando há a necessidade de economizar. Isso se aplica, principalmente, para profissionais que possuem clientes próprios em seus consultórios, pois nas demais áreas, o mercado costuma ser um pouco mais estável. 

Mas, ainda assim, existe um preconceito e desinformação muito grande sobre a saúde mental e a Psicologia que acabam prejudicando o mercado de trabalho e a atuação plena dos profissionais. Porém, o acompanhamento psicológico de atletas profissionais, por exemplo, é um dos ramos que mais aumenta a procura, assim como as vagas em setores de RH. 

Por isso, para quem gosta de estabilidade e não se vê lidando com as idas e vindas de alguns pacientes, estas áreas podem ser ótimas por serem constantes. Além da possibilidade de atuação no setor público como hospitais, escolas, postos de saúde e área jurídica. 

Mitos e verdades que permeiam a área de Psicologia 

Como mencionado antes, existem muitos preconceitos e falta de conhecimento sobre a área da saúde mental e a sua importância, infelizmente, isso acaba prejudicando os profissionais e faz com que alguns mitos se espalhem a respeito do estudo e da profissão da Psicologia. Pensando nisso, abaixo apresentaremos alguns mitos e verdades que permeiam sobre esta área em questão junto de uma breve explicação a fim de desmistificar e esclarecer determinadas afirmações. Acompanhe a seguir! 

“Psicólogo é médico de louco” 

Infelizmente, esta é uma afirmação é realizada com frequência por diferentes pessoas que não entendem a verdadeira importância da saúde mental e o que é o trabalho do psicólogo em questão. Com certeza, este é um mito e, os profissionais da área de Psicologia não atendem somente pessoas com distúrbios psíquicos e isso é comprovado estatisticamente, já que o maior número de pacientes que os procuram possui problemas comportamentais, existenciais, crises em relacionamentos, dentre outros.

“O psicólogo vai ter todas as soluções que o paciente precisa” 

Procurar um profissional com essa mentalidade pode trazer frustração e sentimentos de ineficácia ao paciente. É preciso entender que o psicólogo não possui resposta para tudo e tampouco conseguirá resolver todos os problemas possíveis. Claro que, junto aos seus pacientes, ele irá procurar mudanças, proporcionará reflexões e mostrará caminhos para que as soluções sejam encontradas. 

Entretanto, a solução sempre vem do paciente, já que o psicólogo ajuda a pessoa a se conhecer melhor, a fazer uma reflexão profunda sobre a sua vida e o que está cercando-a naquele momento e, a partir disso, entender quais as mudanças são necessárias para que o que está incomodando deixe de ser um grande problema. 

“A Psicologia é da área de saúde” 

Sim, por mais que muitos não saibam ou não relacionem a psicologia com a área de saúde, ela está sim completamente e diretamente ligada com a saúde. Especialmente, porque o corpo e mente estão ligados e um depende do outro para se manter bem e em equilíbrio. Entretanto, o curso se encaixa nas duas áreas de conhecimento, a área de humanas e a área de saúde. 

Existem faculdades que se focam mais em humanas e outras em saúde. Por isso, se o intuito for entrar em uma graduação de Psicologia, o essencial é sempre ficar atento e verificar qual o foco da universidade e se está de acordo com o desejo de cada um.  

“No curso de Psicologia, os estudantes aprendem adestrar ratos” 

Esta é uma afirmação real. No curso de Psicologia, os alunos estudam a Teoria Comportamental de Skinner e o adestramento faz parte desta abordagem que diz que toda ação pode ser extinguida ou estimulada. De forma sintetizada, a teoria de Skinner se baseia no princípio de que o aprendizado acontece em conformidade com a mudança de comportamento manifesto. 

Os diferentes comportamentos são resultados de uma resposta individual aos estímulos que ocorrem neste percurso, assim, cada resposta específica produz uma consequência de acordo com a teoria que levam os ratos a se adestrarem a partir do que lhe são induzidos. Portanto, o experimento é verídico, mas algumas universidades não fazem com o animal propriamente dito e sim virtualmente.

Conclusão 

Vimos, ao longo do artigo, que o curso de Psicologia engloba diversas questões e para ser um profissional, antes de mais nada, é preciso se identificar com as demandas da profissão e realizar o curso superior de cinco anos de duração, em média. Após este período de estudos, a área profissional é uma constante, a evolução não pára e os psicólogos sempre buscam o melhor para os seus pacientes e, para isso, crescem internamente também ao passo que buscam crescer profissionalmente e pessoalmente.

Felipe Laccelva

Felipe Laccelva

Psicólogo formado há mais de dez anos, fundador e CEO da Fepo. Fascinado pela Abordagem Centrada na Pessoa, que tem a empatia como eixo central para transformar o ser humano. Sempre buscou levar a psicologia para mais pessoas e dessa forma criar um mundo mais saudável e acolhedor.

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