Sintomas do Transtorno Borderline

Hoje vamos abordar sobre os Sintomas do Transtorno Borderline. Mas antes de pensar sobre os sintomas, precisamos saber do que realmente se trata o Transtorno de Personalidade Borderline.

Borderline

Afinal, o que é e quais são os Sintomas do Transtorno Borderline?

Esse transtorno compõe o grupo de vários outros que também são considerados comode personalidade’. Essa condição tem como característica um padrão generalizado bem instável e hipersensível nos relacionamentos, na autoimagem, impulsividade e oscilações extremas no humor.  

Pessoas com transtorno de personalidade borderline tem como marca não suportar ficarem sozinhos, fazendo esforços gigantes para evitar que fiquem sozinhos, por se sentirem abandonados. É muito comum que, para impedir que fiquem sozinhos, tenham crises e tentativas suicidas, acarretando que as outras pessoas busquem resgatá-los, acolhê-los e cuidar deles. 

É muito comum que os comportamentos das pessoas border sejam lembrados como os dos jovens rebeldes, aqueles que não tem tolerância nenhum as frustrações. Porém, um jovem que manifesta muitos problemas de controles emocionais e comportamentais, que são frutos de uma construção ambiental, pode melhorar com o tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com o transtorno de personalidade borderline parece alguém cujo lado afetivo não amadurece nunca.

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DE ONDE VEM O NOME ‘BORDERLINE’?

O interessante de entender o nome desse transtorno é conseguir fazer as pontes parar compreender melhor o que se passa com uma pessoa que vive essa condição. Borderline é um termo em inglês e significa “fronteiriço”. E tem esse nome justamente por não poder ser classificado completamente dentro de nenhum outro transtorno, seja os neuróticos ou psicóticos, mas ele está ali na fronteira entre os espectros, está na Borda. 

sintomas do transtorno borderline

QUAIS OS SINTOMAS DO TRANSTORNO BORDERLINE?

Para que fique mais fácil de entender os sintomas, vamos pontuando e explicando, com exemplos, como eles podem se manifestar. 

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Sentimento de abandono e Negligência:

Pessoas com o transtorno de personalidade borderline podem achar, por motivos irreais, que estão sendo abandonados e negligenciados por qualquer pessoa, mesmo quando não estão sendo. Podendo gerar sentimentos intensos, como medo ou raiva. 

Exemplo: Quando alguém importante para eles desmarca um compromisso ou simplesmente se atrasa um pouco, isso pode gerar sentimentos extremos, pânico, raiva e sensação de abandono. O cancelamento ou atraso é entendido por eles como uma forma da pessoa dizer que ele não é importante ou é indesejado. A ideia de ficar sozinho ou abandonado é insuportável. 

Mudança radical nos sentimentos afetivos: 

Pessoas ‘border’ costumam mudar o discurso e comportamento sobre as pessoas de forma extremamente radical e dramática. 

Exemplo: Eles iniciam um relacionamento (amoroso, de amizade…), onde identificam nessa pessoa alguém especial, um amante, um amigo verdadeiro, construindo uma relação intensa de convivência e partilha e, de repente, sem motivo justificável, ficam desiludidos, acham que as pessoas os desprezam ou se é instalada um ódio instantâneo. Como se a vida de dividisse em dois polos, entre o bem e o mal. 

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Empatia com ‘benefícios’:

A pessoa também pode sentir empatia e cuidar de outras pessoas, mas isso acontece só pelo fato de acreditar que a pessoa cuidada estará sempre disponível para elas sempre que necessário. 

Dificuldade no controle das emoções: 

Explodir com facilidade, agir de forma ríspida, sarcástica e começar a se portar de maneira a se tornarem intensamente desagradáveis é uma marca de pessoas com esse transtorno. Uma vez com raiva, os comportamentos se tornam hostis de variadas formas, não sabendo manejar o diálogo para lidar com situação. Só que após a crise explosiva, se sentem pessoas horríveis e se culpam por toda a situação, reforçando um sentimento de que são pessoas más. 

Mudança radical na autoimagem:

Mudanças abruptas na autoimagem também ocorrem com frequência. As mudanças podem ser muito variadas, como os objetivos de vida, questões estéticas, opiniões sobre o mundo, valores, vida amorosa, profissional/carreira, amigos e qualquer outra questão sobre a própria vida e destino.

Essa situação ocorre muito quando se sentem abandonados e sem lugar no mundo, como se fosse uma busca por pertencimento, porém de uma forma torta. 

Alterações de Humor: 

As alterações de humor são frequentes nos sintomas do Transtorno Borderline e costumam durar algumas horas, raramente se estendendo para mais de dias. Essa alteração no humor deixa evidente o quanto essas pessoas são sensíveis as relações interpessoais. Essas alterações não são ‘sem motivo’, talvez seja para quem não tem o transtorno, mas para quem tem, como diz aquele ditado um pingo é uma letra. Então eles acabam enxergando situações em que não existem, e isso faz com que o humor seja tão oscilante.  

Autossabotagem: 

Com frequência o comportamento de autossabotagem aparece entre pessoas com sintomas do Transtorno Borderline, e isso acontece sempre próximo a conquistar algum objetivo. Podemos ter como exemplo o abandono dos estudos super próximo a sua formação ou abandonar um relacionamento amoroso ou de amizade extremamente promissor em decorrência de ser tomados por sentimentos que não conseguem manejar. 

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Impulsividade:

A impulsividade que se apresenta, geralmente é aquela que podem acabar gerando sérios prejuízos físicos, financeiros e outros. Como jogos de apostas, sexo sem preservativo em situações super arriscadas, compulsão alimentar, dirigir de forma imprudente, uso e abuso de drogas, comprar demais, sem necessidade e gastar mais do que pode. 

Práticas auto lesivas e comportamentos suicidas:

Essas práticas podem acontecer por diversos motivos, geralmente o objetivo não é o de consumar o ato e morrer por suicídio, mas acaba ocorrendo em uma frequência bastante alta entre pessoas com transtorno borderline.

Essas práticas auto lesivas, como se cortar, se bater ou queimar, podem surgir como atos autopunitivos, por acreditarem que são pessoas más ou durante episódios dissociativos*, que podem ser desencadeados por estresse extremo, normalmente o medo de abandono, seja real ou imaginado.

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*O Transtorno Dissociativo, também conhecido como distúrbio de conversão, é um transtorno mental no qual a pessoa sofre de um desequilíbrio psicológico, havendo alterações na consciência, memória, identidade, emoção, percepção do ambiente, controle dos movimentos e comportamento.

Felipe Laccelva

Felipe Laccelva

Psicólogo formado há mais de dez anos, fundador e CEO da Fepo. Fascinado pela Abordagem Centrada na Pessoa, que tem a empatia como eixo central para transformar o ser humano. Sempre buscou levar a psicologia para mais pessoas e dessa forma criar um mundo mais saudável e acolhedor.

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